quarta-feira, 6 de maio de 2009

ENCHENTES NO PIAUÍ: A culpa não é de São Pedro...

Resposta de meu irmão, cientista político, residente no Rio de Janeiro,à notícia das enchentes no Piauí.


"Imagine a notícia, "exta, extra, papai noel está de sunga". Talvez não cause tanto estranhamento como falar "as chuvas devastam o Piauí". Isso realmente pode arrancar algumas gargalhadas. E de fato isso aconteceu. Quando comentei aos colegas sulistas a respeito das enchentes no Piauí todos abriram um largo riso sarcástico. A terra das secas homéricas e do solo rachado não parece ser um lugar propício a chuvas, nem muito menos a enchentes. Não há como não fazer ninguém rir com tal notícia.

Realmente, convivemos com o gozado. Somos notícia nos sites e jornais. A notícia que poderia constar em qualquer manchete poderia ser "Teresina não tem gente em primeiro lugar e nem é feliz quem vive no Piauí". Isso seria bem mais realístico. Em março, abril e maio esquecemos da seca e só falamos das chuvas. Depois falaremos da seca em setembro, outubro e novembro e esqueceremos das chuvas. Não é que tenha chuva demais ou de menos, mas é que aprendemos a conviver com a mediocridade. Aprendemos a viver num lugar onde não há planejamento (econômico, ambiental, urbano, etc). Aprendemos a nos esconder em nossas casas com medo da rua, fungindo das chuvas, dos alagamentos. Em outras épocas, desesperadamente nos trancamos em nossos escritórios e quartos refrigerados tentando escapar do calor escaldante. Aprendemos a ser a notícia (negativa) da vez da mídia brasileira. Enfim, aprendemos a ser isso que somos, o distante, seco, alagado e gozado Piauí."


Cuidem-se, pois a política pública de urgência a ser implementada será de implorar pra São Pedro maneirar com nosso povo. E para nossos governantes, Deus continua tendo culpa no cartório.

Como falamos sempre, isso são coisas do Piauí!

Vítor Sandes - cientista político

Pois é amigos... mas eu não vou me conformar, vou continuar por aqui, no Piauí, trazendo gotinhas para apagar o grande incêndio da irresponsabilidade causada pela ânsia de poder, ignorância e descaso com a sociedade (onde a corda sempre arrebenta do lado mais fraco).

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